segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

«SANTA PRINCESA»


Arrastão bacalhoeiro. Português a partir de 1939, ano em que foi adquirido a um armador do Havre (França) pela Empresa de Pesca de Aveiro. Foi construído pelo estaleiro Cox & Cº, de Falmouth (G.B.) para a sociedade La Morue Française et Sécheries de Fécamp e lançado à água, a 30 de Março de 1930, com o nome de «Spitzberg». Passou para a posse do supra-referido armador havrense por herança. Era um navio com 1 190 toneladas de arqueação bruta, medindo 70 metros de comprimento por 10,60 metros de boca, capaz de carregar cerca de 17 000 quintais de pescado por cada viagem. Em meados de Junho de 1936, quando se encontrava em St.Pierre e Miquelon, este arrastão foi devastado por um incêndio de grandes proporções e ficou semi-submerso devido à grande quantidade de água que foi necessário utilizar para extinguir as chamas. Considerado irrecuperável, foi vendido como sucata à EPA e rebocado para os estaleiros de São Jacinto, onde foi reconstruído. Voltou aos Grandes Bancos já com o nome de «Santa Princesa», mas, no início dos anos 40 (em plena guerra), também fez transportes de sal para as ilhas de Cabo Verde. Em 1949 entrou no estaleiro para substituir a sua velha máquina por um motor diesel de nova geração, um FIAT, que lhe permitia navegar à velocidade de 12 nós. Pescou bacalhau até 1967, sendo vendido, nesse ano, para Bissau. Mas, devido a problemas relacionados com o seu pagamento, o arrastão ficou retido no porto de Lisboa até 1974, ano em que seguiu para Bilbau (Espanha) para lá ser desmantelado. Curiosidade : o nome português do navio foi-lhe dado em honra da infanta Joana, filha de el-rei D. Afonso V e irmã do Príncipe Perfeito. Como é sabido, essa virtuosa senhora faleceu em Aveiro (no mosteiro de Jesus, hoje museu da cidade) no ano de 1490, sendo canonizada em 1693.

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