sexta-feira, 8 de abril de 2011

«NOVGOROD»


Canhoneira couraçada de forma circular, pertencente à marinha imperial russa. Foi mandada construir em São Petersburgo (estaleiro da ilha Galerny), no ano de 1873, pelo vice-almirante Popov, que se inspirou numa ideia emitida -meia dúzia de anos atrás- pelo inventor inglês John Elder. O navio tinha casco em madeira chapeada. A couraça, que em determinados sítios atingia 230 mm de espessura, cobria também todo o convés do curioso navio e outras partes sensíveis das superestruturas. A «Novgorod» deslocava 2 671 toneladas (em plena carga) e media uns 31 metros de diâmetro. Era accionada por 6 hélices e por outras tantas máquinas a vapor (totalizando uma potência de 3 000 cv), cujo fumo era expelido para a atmosfera por meio de duas altaneiras chaminés situadas a meia nau, lado a lado. Podia navegar à velocidade máxima de 8 nós. O seu armamento principal era constituído por 2 peças de 209 mm, por 2 de 86 mm e por 16 outras de 37 mm, tendo todas elas mobilidade autónoma. A sua guarnição era formada por 150 homens. Pensou-se, aquando da sua construção, que a sua inédita forma lhe conferisse uma maior estabilidade, o que, na realidade, não aconteceu nas águas agitadas do Báltico. Essa constatação obrigou a chefia da armada imperial a desviar a canhoneira da frota do Norte e a expedi-la para o porto de Nikolaiev, no mar Negro, onde o navio chegou (desmontado) por via férrea. A canhoneira «Novgorod» teve dois navios (quase) irmãos, já que construídos com a mesma forma : o «Kiev» (que se chamaria, mais tarde, «Admiral Popov» e que era uma embarcação de maior porte e mais poderosamente artilhada) e o «Livadia» que foi, durante um curto espaço de tempo, o iate da família imperial russa. O «Novgorod» foi, essencialmente, utilizado na defesa do Danúbio, da foz do rio Dniepre e das costas russas do mar Negro, numa época de tensão entre a Rússia e o Império Otomano. As suas sucessivas guarnições eram de opinião que a canhoneira couraçada em que serviam era o «pior navio do mundo». Afinal, e na realidade, o «Novgorod» não passou de uma experiência abortada, a cujo projecto (salvo o dos três casos referidos) não foi dado continuidade. O navio aqui apresentado terminou o seu tempo operacional em 1902 na qualidade de bateria flutuante e foi desmantelado no ano de 1912. Um modelo do singular «Novgorod» faz parte do espólio do National Maritime Museum, de Greenwich (Londres).

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