terça-feira, 29 de maio de 2012

«GLYCINE»



A escuna bacalhoeira «Glycine», de tipo ‘paimpolaise’, foi construída, em 1911, na Bretanha pelos estaleiros da firma Bonne-Laboureur. O seu comanditário foi a casa armadora Duffilhol, de Paimpol, que, com ela, quis substituir o «Marivonnic», navio da sua frota vítima de um dramático naufrágio. Até 1928, a «Glycine» pescou nos Grandes Bancos da Terra Nova, de onde trouxe (para França) quantidades apreciáveis de pescado, proporcionando benefícios importantes ao seu primeiro proprietário. Em 1928 o navio foi cedido aos armadores T. Le Merdy e G. Bertho, também de Paimpol, e aparelhado para a pesca nos mares da Islândia, onde os métodos de captura do bacalhau e as rotações dos veleiros eram algo diferentes. Durante a campanha de 1932, a «Glycine» e a sua equipagem capturam o número recorde de 157 000 bacalhaus, aproveitando-se do facto de, na sua zona de pesca, não terem aparecido arrastões a vapor. A sua última viagem, enquanto unidade pesqueira, aos mares frígidos do setentrião teve lugar em 1935 sob as ordens do capitão Michel Le Blais, um bretão de Plouézec. Vendido ao armador Yves Cadiou (de Trégastel) o veleiro «Glycine» passou a dedicar-se à navegação de cabotagem no sul da Europa, transportando carga diversa. Afundou-se em Agosto de 1939, nas paragens de Gibraltar, quando (carregada de sacos de cimento) navegava entre os portos de Setúbal e de Tânger. A sua equipagem de sete homens logrou sobreviver ao naufrágio do seu navio. As escunas ‘paimpolaises’ deslocavam, geralmente, 280 toneladas e mediam 35,10 metros de comprimento (casco) por 7,55 metros de boca. Curiosidade : vários elementos da tripulação da escuna «Glycine» foram recrutados (nos anos 30 do século XX) pelo famoso explorador Jean Charcot, para reforçarem os efectivos do «Pourquoi Pas ?», malogrado navio de pesquisas científicas.

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