domingo, 15 de julho de 2012

«BAHIA»



Cruzador ligeiro da armada brasileira. Foi cabeça de série de uma classe de navios que compreendeu uma segunda unidade : o «Rio Grande do Sul». O «Bahia» foi construído, em 1909, no Reino Unido pelo estaleiro Armstrong Withworth, de Elswick. Deslocava 3 000 toneladas e media 122,40 metros de comprimento por 11,90 metros de boca. O seu sistema propulsivo proporcionava-lhe uma velocidade máxima de 25 nós e uma autonomia de 6 600 milhas náuticas, com andamento limitado a 10 nós. O «Bahia» dispunha de uma blindagem mínima e estava armado com 10 canhões de 120 mm, 6 de 47 mm e (a partir de 1926) com 4 antiaéreas de 76,20 mm. Também dispôs de 4 tubos lança-torpedos. A tripulação do navio superava os 320 homens. A sua primeira acção de relevo ocorreu logo em 1910, quando a sua guarnição (juntamente com as dos navios «São Paulo» e «Minas Gerais») aderiram ao motim que esteve na origem da chamada Revolta da Chibata. Movimento de marinheiros que reivindicava (daí o seu nome) o fim dos chicoteamentos como forma de punição. Durante a Grande Guerra, o «Bahia» (tal como o seu ‘sister-ship’) foi incorporado na designada Divisão Naval em Operações e Guerra, que esteve temporariamente baseada na África ocidental (Serra Leoa e Senegal), de onde patrulhava o Atlântico e de onde partia para escoltar comboios de navios mercantes dos Aliados, alvos preferenciais dos submarinos germânicos. O «Bahia» sofreu um profundo restauro em 1926, que lhe modificou a silhueta e o modernizou, tanto a nível do seu aparelho propulsivo como no que respeitou o seu armamento e equipamentos. Em 1932, aquando da Revolução Constitucionalista, um dos vários movimentos que agitaram o Brasil no período de entre duas guerras, a D.C.A. deste navio foi responsável pelo abate de uma aeronave afecta ao partido rival. Durante o segundo conflito generalizado, este cruzador ligeiro desenvolveu grande actividade operacional, chegando até a atribuir-se ao «Bahia» o suposto afundamento de um submarino inimigo. O seu fim, tão inesperado quanto dramático, ocorreu na manhã do dia 4 de Julho de 1945, quando o cruzador procedia a um exercício de tiro. Parece que um dos disparos atingiu acidentalmente as cargas de profundidade que se encontravam na popa do navio. O que eu origem a violentíssima explosão; que destruiu o cruzador (afundando-o) e provocou a morte de 340 membros da sua guarnição, incluindo a do seu comandante, o capitão-de-fragata Garcia d’Ávila Pires de Albuquerque. Desta ocorrência -que teve lugar nas proximidades dos rochedos de São Pedro e São Paulo- apenas escaparam com vida 36 membros da tripulação deste navio de guerra brasileiro, que foram resgatados do oceano (a 8 de Julho) pelo mercante «Balfe».

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