domingo, 16 de junho de 2013

«KOSCIUSZKO»

Este paquete foi construído em 1915 pelos estaleiros da firma Barclay, Curle & Cº, de Glásgua (Escócia), por encomenda da casa armadora Amerian-Russian Line; no seio da qual o navio usou o nome de «Czaritza» e operou (no transporte e passageiros) entre os portos de Nova Iorque e de Arkhangelsk. Durante a guerra civil russa, que sucedeu à tomada do poder pelos bolcheviques, este paquete serviu como unidade de apoio aos 'Brancos', tendo participado no conflito enquanto transporte de tropas e navio de evacuação de refugiados. Funções que assumiu, igualmente, durante a Grande Guerra, por conta dos E.U.A. e da Grande-Bretanha. Em 1921 voltou a Arkhangelsk com os militares de um corpo expedicionário anti-soviético, no decorrer de uma campanha fracassada, promovida pelas nações ocidentais. Ainda nesse ano de 1921, o navio foi comprado pela companhia de navegação Baltic-American Line, tomando o nome de «Lituania» e operando numa linha transatlântica que escalava os portos de Halifax, Nova Iorque, Copenhague, Dantzig e Liepaia. Em 1930, o navio foi adquirido pela empresa Polish Transatlantic Ship Association, que lhe deu novo nome : «Kosciuszko», em honra de um nobre polaco, que se distinguiu nas guerra contra os Russos e na luta (contra os Britânicos) pela independência dos Estados Unidos da América. O navio assegurou uma linha regular entre a Polónia e o Canadá (Halifax) e fez vários cruzeiros de duração limitada. Em 1935, em circunstâncias que desconhecemos, o «Kosciuszko» (que conservou a bandeira polaca) começou a operar entre Constança e Haifa e, no ano seguinte operava numa linha Europa-América do sul. Aquando dos acontecimentos do Verão de 1939 e perante a eventualidade da invasão alemã da Polónia, o governo deste país transferiu-o para o Reino Unido; onde o navio, considerado obsoleto, foi imobilizado e assegurou um certo número de funções, tais como quartel, escola, hospital, etc. Chegou a ser visitado pelo rei Jorge VI e por Winston Churchill, numa atitude de respeito e de gratidão pela Polónia e pelos polacos que combatiam os hitlerianos no seio das forças armadas britânicas. Depois de um bombardeamento aéreo (ocorrido em 1940), o navio foi reparado e reutilizado como transporte de tropas. Foi, pois, com esse estatuto que o «Kosciuszko» participou nas campanhas do oceano Índico, durante as quais foi várias vezes atacado pela aviação nipónica. De regresso à Europa, o navio operou no Mediterrâneo e participou, em 1943, nas operações da invasão da Sicília pelos Aliados. No imediato pós-guerra, o «Kosciuszko» ajudou no repatriamento de soldados de nações amigas para os respectivos países. Nessa altura já usava o designativo de «Empire Helford», seu quarto e derradeiro nome. A sua longa vida terminou em 1949, num estaleiro de Blyth (Inglaterra), onde foi desmantelado. O «Kosciuszko» apresentava uma arqueação bruta de 6 852 toneladas e media 138,80 metros de longitude por 16,20 metros de boca. Podia navegar à velocidade máxima de 14 nós e receber a bordo (na sua configuração de transporte de passageiros) uns 700 passageiros. Durante a 2ª Guerra Mundial, na sua qualidade de navio tropeiro, esteve armado com 4 peças antiaéreas de 20 mm.

1 comentário:

  1. OBRIGADO. O meu avô paterno, judeu, fugiu do nazismo, para a Argentina, nesse navio. Quarenta anos mais tarde, o meu pai saía da Argentina e vinha para Portugal, onde nasci. Soube por ele do nome do navio e encontrar este post foi uma fascinante descoberta. Grato.

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