terça-feira, 20 de agosto de 2013

«NATAL»

O «Natal» foi o primeiro de uma série de sete paquetes mistos (vela/vapor) construídos para assegurar as linhas regulares entre a França e o Extremo Oriente e a Austrália. Refira-se, a título de curiosidade, que os outros navios da série se chamaram «Melbourne», «Calédonien», «Sydney», «Salazie», Yarra» e «Océanien». O «Natal» foi construído, em 1881 pelos estaleiros navais de La Ciotat para a casa armadora Messageries Maritimes, de Marselha. A sua viagem inaugural iniciou-se a 5 de Fevereiro de 1882. Após três viagens à Austrália, o paquete «Natal» passou a operar na rota Marselha-China, na qual se manteve até 1897. No dia 1º de Novembro de 1889, quando navegava no mar da China, entre Hong Kong e Saigão, este navio foi assaltado por um medonho tufão, que quase o fez soçobrar. Também esteve, em períodos diversos da sua carreira e no interesse do seu armador, na linha do Mediterrâneo oriental e na do oceano Índico. Em 1900, foi adaptado ao transporte de tropas e assegurou o transporte de militares para a China, aquando da chamada Guerra dos Boxers. O navio desempenhou a mesma função a partir de 1914 (depois da eclosão do primeiro conflito generalizado), tendo participado na campanha dos Dardanelos, na evacuação do exército sérvio de Corfu para Salónica e no transporte de tropas senegalesas para a frente oriental. Em 30 de Agosto de 1917 (ainda em plena guerra), este navio -que se dirigia para Madagáscar, via canal de Suez- afundou-se diante de Marselha, após ter colidido acidentalmente com o vapor «Malgache». Esse desastre ocasionou a morte de 105 pessoas (passageiros e membros de equipagem), entre as quais se contou a do seu próprio comandante. Os restos do «Natal» repousam no fundo do Mediterrâneo, a 127 metros de profundidade, ao largo do farol de Planier. Na sua versão de origem, o «Natal» (que sofreu várias modernizações ao longo do seu tempo de vida) apresentava-se como um navio com 6 150 toneladas de deslocamento, medindo 130,75 metros de comprimento por 12,10 metros de boca. A sua máquina a vapor desenvolvia uma potência de 3 400 cv, força que lhe permitia vogar à velocidade máxima de 12 nós. Este paquete podia, então, receber a bordo um pouco mais de 200 passageiros, 90 dos quais em 1ª classe. A imagem anexada é representativa do «Natal» nos seus primeiros tempos de actividade.

Sem comentários:

Enviar um comentário