quarta-feira, 8 de outubro de 2014

«SANTA IZABEL»

Lugre bacalhoeiro de bandeira portuguesa. Foi construído, em 1929, nos estaleiros da Gafanha da Nazaré -sob a supervisão de mestre Manuel Maria Bolais Mónica- para a Empresa de Pesca de Aveiro. Cidade em cuja capitania foi registado. Era um navio com casco em madeira e com 3 mastros, que apresentava 345,25 toneladas de arqueação bruta e que media 45 metros de longitude. Era gémeo dos navios «Santa Mafalda» e «Santa Joana», pertencentes ao mesmo armador aveirense, e do «Santa Luzia», propriedade de um empresário de Viana do Castelo. Segundo fontes bem informadas, o «Santa Izabel» (que também navegou com o nome de «Santa Isabel»), foi um dos primeiros pesqueiros portugueses a demandar -no ano de 1931- os mares da Groenlândia e a afrontar os perigos próprios dessas longínquas paragens. No ano seguinte (em 1932), este bacalhoeiro recebeu um motor auxiliar, equipamento que garantia maior segurança ao navio e às respectivas tripulações. No dia 19 de Novembro de 1933, à saída da barra do Douro, o «Santa Izabel» foi protagonista  de um encalhe num banco de areia; mas acabou por safar-se pelos seus próprios meios. Em 1943, passou a operar por conta da Sociedade Bacalhau de Portugal, com sede em Lisboa. O fim (dramático) deste lugre da afamada 'White Fleet', ocorreu no dia 23 de Setembro de 1958 no mar dos Açores. O navio vinha da Terra Nova carregado de peixe e, por desgaste acumulado ao longo de quase 30 anos de actividade, não suportou mais uma violenta tempestade. Todos os seus homens foram salvos pelo N/M «Senhora da Vida». Curiosidades : esse ano de 1958 foi dos mais nefastos para a nossa frota de pesca longínqua, já que -para além do «Santa Izabel»- perderam-se (por água aberta) mais cinco outros navios. A saber, o «Maria das Flores», o «Cruz de Malta», o «Labrador», o «Milena» e o «Ana Maria» (este após inextinguível incêndio). O «Santa Izabel» foi tema de uma bonita tela da autoria do insigne pintor de marinha Roger Chapelet, um artista francês.

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