domingo, 7 de junho de 2015

«NAVAS DE TOLOSA»

Fragata de propulsão mista (vapor/velas), classificada de 1ª classe no seio da armada espanhola. Foi construída em 1865 no Arsenal de la Carraca, em Cádiz. Pertencente à classe 'Villa de Madrid', este vaso de guerra tinha casco em madeira e 3 mastros. Deslocava 4 460 toneladas, media 84 metros de comprimento por 15 metros de boca e o seu calado cotava 8,80 metros. A propulsão era assegurada pelo seu sistema vélico e por 1 máquina a vapor de 600 cv, acoplada a 1 hélice. Velocidade máxima : 12 nós. Estava poderosamente armado com 30 canhões de 200 mm, 14 de 160 mm, 2 lança-morteiros de 150 mm e 2 peças de 80 mm; estas últimas para apoio nas operações de desembarque de tropas. A sua guarnição era composta por 600 homens. Nos anos 60 do século XIX, esta fragata esteve em águas da América do sul, na condição de navio-almirante de uma frota espanhola que visitou o Rio de Janeiro, sob o mando do chefe de esquadra Casto Méndez Núñez. Em 1873, o navio encontrava-se em Cádiz e a sua oficialidade juntou-se às forças afectas à Revolução Cantonal, mas a chefia acabou por ser dominada por um grupo de marinheiros leais; sendo o navio utilizado, na sequência dessa tentativa de golpe, na defesa do Arsenal onde fora construído. Durante essa crise, ainda participou nos combates contra as tropas cantonais de Cartagena e distinguiu-se no combate naval de Portmán. Foi a bordo da «Navas de Tolosa» que, em Janeiro de 1875, chegou a Barcelona (proveniente de Marselha) o recém-proclamado rei Afonso XII, que vinha ocupar o trono de Espanha. Esta fragata ainda fez uma longa viagem de cortesia (1882-1884) aos países do Pacífico, antes de -no ano de 1885- ser considerado 'navio inútil para o serviço'. A sua desactivação definitiva data de 1890, presumindo-se que tenha sido desmantelada pouco depois. Curiosidade : o nome deste navio fazia referência à famosa batalha das Navas de Tolosa, travada -a 16 de Julho de 1212- entre os exércitos cristãos da Ibéria (nos quais se integrava uma hoste do rei de Portugal, D. Afonso II) e as poderosas forças militares do califado Almóada.

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