domingo, 19 de julho de 2015

«FAIAL»

«Faial» foi o derradeiro nome de um elegante lugre-motor de bandeira portuguesa; que teve vida efémera, visto ter sido construído em 1928 e ter desaparecido logo em 1935. Este navio foi realizado nos estaleiros da firma J. Smit & Zoon, de Foxhol (nos Países Baixos). Chamou-se primitivamente «Gier» e pertenceu ao armador holandês J. Salomon. Em 1929, veio para Portugal, depois de ter sido adquirido por José Furtado Cardoso, que o denominou «Maria Palmira»; identificação que este veleiro manteve até 1931. Depois, sempre nas mãos do supracitado Furtado Cardoso, passou a chamar-se «Fayal», nome que conservou até 1933. A letra y, entretanto banida do nosso alfabeto, foi substituída por um i e foi com o nome de «Faial» que este navio subsistiu até à data do seu naufrágio, ocorrido nos frígidos mares do Canadá no dia 4 de Setembro de 1935. O «Faial» (registado na capitania do porto da Horta, como sendo propriedade da Companhia Açoriana de Navegação-Motor, Lda) era um navio com 573 toneladas de arqueação bruta, que media cerca de 50 metros de comprimento por 8,70 metros de boca. Estava equipado com 4 mastros e com um motor de 500 Bhp. A sua velocidade máxima era de 10 milhas/hora. A sua tripulação era composta, geralmente por 16 membros. O navio dedicava-se ao transporte de mercadoria diversificada entre os portos do continente e as ilhas atlânticas, fazendo, quando solicitado pela clientela, incursões até ao Canadá. Foi numa dessas suas viagens à América do norte, onde ia carregar bacalhau, que, na data já acima referenciada, este lugre-motor se perdeu, ao chocar acidentalmente com uns rochedos localizados na costa da ilha do Fogo. Onde ia aportar, depois de já ter feito escala em São João da Terra Nova. Os vários rombos ocasionados no casco do «Faial» pelo choque, determinaram a sua perda total. Todos os seus tripulantes foram salvos e transferidos, posteriormente, para o Porto, onde chegaram a bordo dos vapores «Catalina» e «Ourém», ambos propriedade da firma C. A. Moreira & Cª, sedeada na Cidade Invicta. Muito apegados ao navio que era o seu ganha-pão, os homens do «Faial» manifestaram publicamente grande tristeza pela sua perda. Nota : a citada ilha do Fogo pertence ao Canadá e, naturalmente, nada tem a ver com a sua homónima de Cabo Verde.

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