segunda-feira, 22 de agosto de 2016

«GRAVINA»

Contratorpedeiro da armada espanhola, pertencente à classe 'Charruca'. Foi lançado à água em 1936 pelos estaleiros SECN, de Cartagena, e -tendo optado pela fidelidade à República- recebeu como primeira missão participar (com o seu congénere «Almirante Ferrándiz») no bloqueio ao estreito de Gibraltar. Isto, quando o grosso das forças navais republicanas partiu para o norte, para dar apoio a tropas lealistas assediadas pelos franquistas. Praticamente deixados sós, o «Gravina» e o já referido «Ferrándiz» tiveram que afrontar uma frota de navios sublevados com um poder de fogo muito superior. O confronto teve lugar a 29 de Setembro de 1936, ao largo do cabo Espartel. Alvejado 300 vezes pelo poderoso cruzador «Cervera», o navio em apreço encaixou 2 impactos, que lhe provocaram avarias. Perante a desigualdade de meios, o «Gravina» viu-se obrigado a abandonar o combate e foi refugiar-se em Casablanca. Voltaria mais tarde a Cartagena para reparar os danos causados e para terminar trabalhos, já que partira inacabado para o bloqueio do estreito. Outra acção deste contratorpedeiro ocorrida  (a 12 de Julho do ano seguinte) durante a Guerra Civil Espanhola, foi o duelo de artilharia que sustentou (com a participação de 7 outros navios lealistas) contra o cruzador rebelde «Baleares». Que durou 1 hora sem resultados práticos. No historial do «Gravina» contam-se ainda intervenções durante as batalhas navais de Cherchell (07/09/1937, indecisiva) e do cabo Palos (noite de 5 para 6 de Março de 1938, vitória republicana).   O «Gravina» abandonou o porto de guerra de Cartagena em inícios Março de 1939, antes da sua queda a favor dos franquistas, e foi (com outros navios da República) refugiar-se em Bizerta, onde chegou a 11 desse mesmo mês. A sua guarnição foi (tal como as dos outros navios espanhóis) internada num campo de concentração situado em Meheri Zabbens. E os navios lealistas remetidos (pelas autoridades francesas) à armada do caudilho. Em 1957 (7 de Dezembro), durante uma crise hispano-marroquina, o «Gravina» integrou uma frota que ameaçou Agadir com os seus canhões. Este navio foi desmantelado em 1963. Deslocava 1 650 toneladas e media 102 metros de comprimento por 9,60 metros de boca. O seu sistema propulsivo desenvolvia uma potência de 42 000 cv, força que lhe imprimia uma velocidade máxima de 36 nós. Do seu armamento constavam 5 canhões de 120 mm, 1 peça AA de 76,2 mm, 4 metralhadoras, 6 tubos lança-torpedos de 533 mm e 2 calhas para arremesso de cargas de profundidade. Tinha uma guarnição de 160 homens. A classe 'Charruca' compreendeu 16 navios.

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